Dados do Trabalho


Título

Cetoacidose euglicêmica em uma gestante

Descrição do caso

Cetoacidose diabética euglicêmica é causa insólita de acidose metabólica. Pacientes sépticos e gestantes são 2 grupos de risco para tal emergência frequentemente esquecida e com potencial inclusive para óbito. Relatamos o caso de uma jovem de 26 anos, grávida de 28 semanas e acidose grave após 4 dias de dispnéia progressiva com vômitos persistentes. À admissão na unidade de terapia intensiva(UTI) eram relevantes: FC de 128 bpm, FR de 33 ipm (sem hipoxemia), TEC >4segundos,normotensão e normotermia. Gasometria arterial admissional: pH de 7.16 , PCO2 de 6mmHg e HCO3 de 3,6mmol/L.O ânion gap (AG) era elevado ,lactato normal e glicemia de 106mg/dl. Ofertados 1500ml de Ringer lactato , 300mEq de bicarbonato de sódio EV ao longo de 3h,antibiótico EV de espectro ampliado após coleta de culturas. Efetivada dexametasona intramuscular para maturação pulmonar fetal. Sumário de urina revelou presença de cetonas, optando-se por iniciar insulina regular, glicose hipertônica e cloreto de potássio 10%,todos EV, em bomba de infusão contínua (BIC). Após 2h de insulinoterapia definiu-se interrupção da gestação pela insatisfatória melhora materna obtida, embora o feto ainda apresentasse boa vitalidade. Cesariana efetivada sem intercorrências. Mantida insulina EV em BIC no pós operatório(PO) .Passou a apresentar melhora progressiva de acidemia (HCO3 em mmol/L :7.4<10.4<16.6<18.8<21.5) ,da cetonúria(+3>+1) e do AG(11.8<18). No quinto dia de PO apresentava normalidade de sinais vitais e ausência de acidose, indicando-se alta para enfermaria. Cetoacidose euglicêmica deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de acidose metabólica com AG elevado sem outras explicações dadas chances significativas de desfechos negativos se retardo diagnóstico/terapêutico.

Área

Suporte Nutricional, Metabólico e Renal

Autores

Marcelo Lopes Barbosa, Thais Pimentel Barbosa, Luzia Layla Rodrigues Carneiro, Stephanie Wilkes da Silva, Antonio Pergentino Barreira Neto