Dados do Trabalho


Título

A hiperlactatemia em pacientes críticos com COVID-19 está associada ao aumento da mortalidade

Objetivo

Identificar se a hiperlactatemia está associada com a mortalidade hospitalar.

Métodos

Estudo observacional retrospectivo, através da revisão de prontuários dos pacientes que internaram na UTI do Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre março e julho de 2020. Os pacientes foram divididos em 2 grupos lactato sérico < 2mmol/L e lactato ≥ 2 mmol/L.

Resultados

Foram analisados 273 pacientes. A hiperlactatemia (lactato ≥ 2,0 mmol/L) ocorreu em 79 (29%) pacientes, com mortalidade de 55 (70%). A curva Receiver Operating Characteristic (ROC) do lactato para mortalidade hospitalar, foi encontrada no primeiro dia uma área sob a curva ROC (AUC-ROC) de 0,73, com a melhor relação sensibilidade (70,4%) e especificidade (66,5%) para prever a mortalidade hospitalar foi para o ponto de corte de lactato ≥ 1,6 mmol/L, com o risco relativo (RR) de 1,94 (IC 1,51-2,48, p < 0,001). A associação entre a mortalidade e a hiperlactatemia permaneceu de forma independente, mesmo após ajustes para os efeitos de idade, SAPS-3, ventilação mecânica, uso de vasopressor e Terapia Renal Substitutiva (TRS), para o lactato ≥ 1,6 mmol/L nas primeiras 24h de admissão, o RR foi de 1,25 (IC 1,13-1,39, p < 0,001) e para lactato ≥ 2 mmol/L nas primeiras 24h de admissão, o RR foi de 1,64 (IC 1,29-2,09, p < 0,001).

Conclusão

A hiperlactatemia, lactato sérico ≥ 2 mmol/L, em pacientes críticos com COVID-19 internados em UTI está associada a maior risco de morte.

Área

Choque e Monitorização Hemodinâmica

Autores

Denilson José Petrochi, Gilberto Friedman, Rafael Barberena Moraes, Wagner Tadeu Azeredo Azevedo, Henrique Wong Jacques