Dados do Trabalho
Título
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Doença Autoimune: O Desafio do Lúpus Eritematoso Sistêmico
Descrição do caso
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune que acomete principalmente mulheres jovens. O envolvimento renal ocorre em 60% dos casos (Klumb 2015). Apesar das diversas formas de manifestações que levam a busca de suporte médico, formas graves da doença já podem estar presentes na primeira consulta. Relatamos o caso de paciente feminina, 34 anos, procedente de UTI da rede particular, com infecção de trato urinário tratada com ciprofloxacino, apresentando síndrome edemigênica, disfunção renal necessitando de diálise, anemia, lesões orais, alterações do níveis de consciência, que levantaram hipótese de doença auto imune e investigação para LES. No 1° dia de internação evoluiu para quadro de choque, rebaixamento do nível de consciência, instabilidade hemodinâmica com necessidade de vasopressores e O2 suplementar. De acordo com orientações da reumatologia, iniciou-se tratamento para LES com Metilprednisolona e hidroxicloroquina. Durante 3° dia recebeu hemotransfusão com melhora dos níveis de hemoglobina. Nos 4° e 5° dias seguiu em quadro gravíssimo, alterações flutuantes do estado mental, febre e leucocitose com desvio à esquerda a despeito de antibioticoterapia. No 7° desenvolveu leve distúrbio hidroeletrolítico e 10°, agravamento da anasarca e quadro geral, sem respostas satisfatórias a terapia imunossupressora. No 11° dia, piora global dos distúrbios existentes e evolução para óbito sem resposta aos esforços de reanimação. Conclui-se que, em quadros de rápida evolução de falência renal, distúrbios hidroeletrolíticos e infecções oportunistas, é crucial a investigação de LES. A precocidade do diagnóstico permitirá o início imediato do tratamento adequado, possibilitando um manejo mais eficaz das complicações.
Área
Choque e Monitorização Hemodinâmica
Autores
Calíope Suriano Barofaldi, Themis Borche da Silva, Cleison Paloschi, Daniel Adner Ferrari