Dados do Trabalho
Título
Paradoxo da obesidade em pacientes criticamente doentes com COVID-19: estudo retrospectivo multicêntrico
Objetivo
Avaliar a existência do paradoxo da obesidade em pacientes com COVID-19 admitidos na Unidade de Terapia Intensiva.
Métodos
Estudo multicêntrico retrospectivo que incluiu pacientes admitidos em UTI por insuficiência respiratória aguda por COVID-19 entre março de 2020 e agosto de 2021. Os dados foram obtidos de prontuários eletrônicos. O desfecho primário foi mortalidade hospitalar. Os desfechos secundários foram: necessidade de uso de ventilação mecânica (VM), tempo de VM e tempo de internação em UTI e no hospital. Análises de regressão linear e cubic splines foram realizadas para avaliar a relação entre índice de massa corporal (IMC) e mortalidade. O IMC foi avaliado como variável contínua, categórica dicotômica e categórica ordinal.
Resultados
Foram incluídos 868 pacientes criticamente doentes. Entre eles, 382 pacientes (44%) eram obesos (IMC maior que 30). A regressão linear ajustada para IMC, SAPS 3 e idade não mostrou associação entre obesidade e mortalidade intra-hospitalar. Em uma análise usando IMC como variável contínua, o aumento de IMC diminui mortalidade (odds ratio (OR) = 0,97, 95% confidence interval (95% CI): 0,95-0,99).
Conclusão
A obesidade não foi associada a maior mortalidade em pacientes criticamente doentes com insuficiência respiratória por COVID-19, sugerindo a existência do paradoxo da obesidade nestes pacientes.
Área
Suporte Nutricional, Metabólico e Renal
Autores
Luiza Ribeiro Escovar, Amanda Vilaverde Perez, Marina Verçoza Viana, Ludmilla Dall’Orto Thomazini, Sérgio Henrique Loss, José Augusto Santos Pellegrini, Tatiana Helena Rech