Dados do Trabalho

Título

Associação entre achados de tomografia computadorizada de tórax e uso de corticoide prolongado e mortalidade em pacientes criticamente doentes com COVID-19

Objetivo

Avaliar se alterações na tomografia computadorizada (TC) de tórax estão associadas com uso prolongado de corticoide e mortalidade.

Métodos

Foram selecionados aleatoriamente 116 pacientes criticamente doentes de um banco de dados contendo pacientes hospitalizados com PCR positivo para SARS-CoV-2, sendo que metade recebeu tratamento com corticoide por mais de 10 dias (grupo prolongado) e o restante por até 10 dias (grupo curto). Pacientes sem sintomas respiratórios associados à COVID-19 foram excluídos. Dois radiologistas analisaram as TC de tórax, cada lobo pulmonar foi pontuado de 0 a 5 (0 - sem envolvimento; 1 - < 5% de envolvimento; 2 - 5% a 25%; 3 - 26% a 49%; 4 - 50% a 75%; 5 - > 75% de envolvimento) para cada uma das alterações tomográficas: vidro fosco, consolidação, pavimentação em mosaico. O desfecho primário foi mortalidade.

Resultados

O estudo incluiu 111 pacientes (55 no grupo curto e 56 no grupo prolongado). A idade média foi 54 anos, sendo 71% homens. A mortalidade hospitalar foi de 23,4%, sem diferença entre os grupos. A mediana da internação para realização da tomografia foi de 3 dias. Os pacientes no grupo prolongado pontuaram mais alto para vidro fosco (mediana 15,5 IQR [9 - 19] vs 5,5 [3,2 - 7,2]; p<0,001) e na soma geral das pontuações (mediana 22 IQR [16,2 - 27] vs 15 (12,2 - 18,5) p=0,022). Não houve diferença nos achados tomográficos entre sobreviventes e não sobreviventes.

Conclusão

As alterações na tomografia de tórax associam-se ao uso prolongado de corticoide, mas sem relação com mortalidade.