Dados do Trabalho

Título

Síndrome liquórica da neurocisticercose: um relato de caso.

Descrição do caso

A neurocisticercose é a infeção parasitária mais comum do sistema nervoso central, sendo causada pela larva da Taenia solium. A síndrome liquórica da Neurocisticercose é caracterizada pela presença de anticorpos específicos no líquor. Outras alterações podem ser encontradas como modificações proteicas, diminuição da glicose e hipertensão. Paciente feminina, 55 anos, hipertensa em uso de losartana, há cerca de 1 mês com ataxia, crise convulsiva, sonolência. Procurou atendimento com neurocirurgião que diagnosticou cisto de cisticercose ativa em IV ventrículo e hidrocefalia. Paciente foi internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido pós-operatório imediato de neurocirurgia. Deu entrada na unidade em uso de dreno de sucção e derivação ventricular externa (DVE), movimentando os quatros membros. No segundo dia de pós-operatório recebeu alta da UTI. No terceiro dia de pós-operatório apresentou rebaixamento do nível de consciência com torpor e letargia sendo redirecionada a UTI com a hipótese diagnóstica de Meningite. Coletado líquor que evidenciou ausência de leucócitos, aumento de proteínas (127 mg/dl) e redução da glicose (2 mg/dl) e ausência de bactérias pelo método gram, porém cultura com crescimento de Enterobacter aerogenes. Devido aos achados do líquor não serem compatíveis com meningite bacteriana, foi realizado imunoensaio enzimático de líquor que evidenciou presença Cisticercose. Pela presença de cisticercose no líquor iniciado terapia com albendazol. Paciente evoluiu bem após tratamento recebendo alta sem déficits neurológicos. A prevalência da Neurocisticercose é desconhecida no Brasil. As alterações liquóricas são capazes de permitir diagnóstico, servir para o controle de evolução e para estabelecer o prognóstico da doença.