Dados do Trabalho


Título

DELIRIUM EM TERAPIA INTENSIVA: CAUSAS E CONSEQUENCIAS

Objetivo

Verificar a prevalência de delirium em uma população de pacientes críticos e comparar os grupos e prognóstico de pacientes acometidos ou não por este distúrbio.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes internados em um Centro de Terapia Intensiva do HUGG entre março/2022 e junho/2023. Foram coletados dados de importância clínica e todos os pacientes foram submetidos a avaliação de rastreamento de delirium pela versão traduzida do CAM-ICU. Separamos a amostra em 2 grupos, de acordo com a presença (G.I) ou não (G.II) de delirium. Utilizou-se o Teste do Qui-Quadrado de Pearson na comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para comparação de variáveis numéricas entre os grupos.

Resultados

Nossa amostra foi composta por 380 pacientes com a idade variando significativamente entre os grupos (69,6±17,3 x 60,2±15,0 anos p=0,010). Observamos a ocorrência de delirium em 27 pacientes (7,1% dos pacientes). Este grupo mostrou maior prevalência de fibrilação atrial crônica (FAC) (18,5 x 3,1% p=0,003), maiores valores no escore SAPS3 (68,2±16,0 x 59,6±17,0 p=0,013), maior necessidade de ventilação mecânica invasiva (44,4 x 21,0% p=0,008) e maior tempo de internação em CTI (15,4±17,2 x 7,4±13,6 dias p=0,029). Não houve diferença estatística entre os grupos em relação ao sexo, escolaridade e mortalidade.

Conclusão

Nossos pacientes apresentaram uma frequência de delirium compatível com estudos anteriores. A presença de FAC e maiores valores no escore SAPS3 relacionaram-se a ocorrência de delirium e este a maior tempo de internação em CTI e maior frequência de necessidade de ventilação mecânica invasiva.

Área

Neurointensivismo

Autores

AUREO CARMO FILHO, Alessandro Rocha Milan de Souza, Carlos Roberto Nogueira Moraes Cardoso, Rogério Gomes Fleury, Denys Felipe Pereira Ramos, Alexandre Akio Majima, Paulo Alberto Trindade de Almeida Junior, Lucas Fonseca da Silva