Dados do Trabalho


Título

Terapia Nasal de Alto fluxo: o que pode ter interferido nos desfechos durante a pandemia?

Objetivo

investigar se a quantidade de oxigênio ofertada antes da instalação do cateter nasal de alto fluxo (CNAF), em indivíduos internados em uma UTI, interferiu nos desfechos clínicos

Métodos

estudo retrospectivo em pacientes com COVID-19, internados em uma UTI, no período de maio de 2020 a maio de 2021, submetidos ao uso do CNAF, divididos em 2 grupos de acordo com a quantidade de oxigênio utilizada previamente a instalação do CNAF; Grupo 1: ≤12 L/min de O2; Grupo 2: >12 L/min de O2

Resultados

foram incluídos 258 indivíduos. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas clínico-epidemiológicas, também não houve diferença no Simplified Acute Physiology Score III (46,14±10,07 versus 46,41±9,11; p:0,844). O fluxo de O2 prévio ao CNAF no grupo 1 foi 9,64±2,24, no grupo 2 foi 14,98±0,21 (p<0,001). No momento da instalação do CNAF, o grupo 1 necessitou de menor FiO2 inicial (82,62±17,85 versus 91,3±12,24; p<0,001) e menor fluxo inicial (41,07±9,4 versus 44,45±10,76; p<0,001). Foram observados valores mais altos no índice de ROX em duas (5,69±1,98 versus 4,75±1,47; p:0,002), seis (5,69±1,98 versus 4,68±1,47; p:0,001) e doze horas (5,61±2,02 versus 4,63±1,33; p:0,002), com um tempo total (horas) de uso do CNAF maior (107,50±92,18 versus 63,71±71,63; p<0,001), quando comparado ao grupo 2. O grupo 1 apresentou menor necessidade de intubação orotraqueal (IOT) (p<0,001; O.R.:0,334[0,192-0,579]), sendo que o óbito na UTI foi significativamente maior no grupo 2 (p=0,023)

Conclusão

os resultados sugerem que a terapia CNAF em indivíduos que necessitaram de menor quantidade de oxigênio na instalação, interferiu na taxa de IOT e óbito na UTI

Área

Insuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica

Autores

Midiã Lins Silva Coutinho, Andriette Camilo Turi, Danúbia Carvalho dos Santos, Ivan Teruaki Ivanaga, Franciele Fernandes Pereira, Tatiane Soares da Silva, Tathiana Andrade de Oliveira, Andréa Diogo Sala