Dados do Trabalho

Título

Importância da Medicina Intensiva no Diagnóstico e Tratamento de Aortite Sifilítica em Paciente Jovem com HIV

Descrição do caso

È relatado o caso de paciente HIV positivo de 28 anos com sopro cardíaco desde a infância, uso prévio de crack e diagnóstico de neurossífilis há 09 meses antes da admissão neste serviço. O paciente procurou atendimento com intensa precordialgia e dispneia. Ao exame físico, foi identificado sopro holossistólico em foco aórtico. Solicitada troponina com curva positiva, indicando um possível quadro de Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnivelamento do Segmento ST. O ecocardiograma evidenciou fração de ejeção de 21%, hipertrofia excêntrica grave, valva aórtica bivalvular com estenose moderada, insuficiência grave e degeneração fibrocálcica.

O paciente foi submetido à cirurgia de Bentall, e uma amostra da aorta foi enviada ao anátomo patológico, cujo resultado indicou a presença de aortite sifilítica. Após a admissão na UTI cardio-cirúrgica no pós-operatório, o paciente desenvolveu plaquetopenia severa, além de apresentar alteração do nível de consciência associada à crise convulsiva tônico-clônica generalizada e afasia. A realização de exames adicionais, incluindo RMN craniana, fortaleceu a suspeita de neurossífilis.

Com a estabilização do quadro, o paciente recebeu alta hospitalar com o diagnóstico de aortite sifilítica e neurossífilis, além do tratamento para HIV e outras medicações específicas para sua condição cardíaca. Foi também encaminhado ao acompanhamento ambulatorial de cirurgia cardíaca e infectologia.

Este relato ressalta os desafios em pacientes com múltiplas comorbidades, enfocando a medicina intensiva no pós-operatório da cirurgia cardíaca no tratamento da neurossífilis e da aortite sifilítica. A abordagem interdisciplinar da equipe intensiva foi essencial para o cuidado do paciente.