Dados do Trabalho


Título

Ventilação pulmonar independente na unidade de terapia intensiva pediátrica: relato de caso

Descrição do caso

A ventilação pulmonar independente (VPI) embora pouco utilizada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tem sido considerada uma estratégia de resgate para pacientes com insuficiência respiratória aguda resultante de patologia pulmonar unilateral grave. Descrevemos uma experiência com VPI em um paciente de uma UTI pediátrica com diagnóstico de múltiplas perfurações por arma de fogo, com hemopneumotórax à direita e pneumonia à esquerda, evoluindo com insuficiência respiratória hipoxêmica grave e atelectasia. Considerando que, neste caso, cada pulmão apresentava dados de mecânica pulmonar individual e notadamente diferentes, a instituição de estratégias de ventilação mecânica (VM) individualizada para cada pulmão através do tubo de Carllens duplo lúmen, tornaram-se necessárias para minimizar possíveis lesões pulmonares e permitir uma abordagem protetora. A partir de uma revisão literária buscamos as indicações e cuidados para estabelecer, manter e retirar um paciente da VPI. O paciente recebeu VPI por 10 dias, com a utilização de dois ventiladores mecânicos, um para cada pulmão, onde o pulmão direito recebeu ventilação protetora e ajustes adequados para pneumotórax e o esquerdo pôde receber ajustes ventilatórios a fim de reverter a atelectasia e mantendo os limites de proteção pulmonar. Tendo revertidos os quadros de pneumotórax e atelectasia, o tubo foi trocado por um de lúmen único, dando seguimento a VM convencional, até completo desmame e alta da unidade. Ressalta-se a importância do uso de VPI em doença pulmonar assimétrica não-respondedora às medidas usuais e sob alto risco de lesões pulmonares, permitindo o manejo adequado da pressão positiva seletiva sem riscos adicionais contralaterais.

Área

Pediatria

Autores

Raissa Magalhães De Almeida, Andréa Mazza Beliero, Nádia De Sousa Sales, Ricardo Viana Falcão, Arnislane Nogueira Silva