Dados do Trabalho


Título

Associação do tempo de hepatectomia do doador com os resultados do transplante hepático: um estudo retrospectivo

Objetivo


A duração prolongada da hepatectomia do doador pode estar implicada em complicações precoces e tardias do transplante hepático. Este estudo tem como objetivo avaliar o impacto do tempo de hepatectomia do doador nos resultados dos receptores de transplante hepático, principalmente na disfunção precoce do enxerto (DPE).

Métodos

Este é um estudo retrospectivo multicêntrico que incluiu doadores em morte encefálica e adultos receptores de enxerto hepático. A correspondência entre receptores e doadores foi obtida por meio de uma lista cruzada fornecida pelo centro regional de distribuição de órgãos. Dados clínicos e laboratoriais foram coletados tanto para doadores quanto para receptores. Os tempos de isquemia fria, isquemia morna e hepatectomia do doador foram registrados. O desfecho primário foi a DPE. Os desfechos secundários foram os seguintes: necessidade de retransplante, tempo de permanência na UTI e no hospital e sobrevida do paciente e do enxerto em 12 meses.

Resultados

De janeiro de 2019 a dezembro de 2021, um total de 243 pacientes foram submetidos a transplante de fígado de doadores em morte encefálica. Destes, 57 (25%) desenvolveram DPE. A duração mediana da hepatectomia do doador foi de 29 (23 a 40) minutos. Os pacientes com DPE tiveram uma mediana de tempo de hepatectomia de 25 (22-38) min, enquanto aqueles sem disfunção tiveram uma mediana de tempo de 30 (24-40) min (p=0,126).

Conclusão

A duração da hepatectomia do doador não foi associada à disfunção precoce do enxerto, à sobrevida do enxerto ou à sobrevida do paciente após o transplante hepático.

Área

Suporte Perioperatório, Transplante e Trauma

Autores

Geisiane Custodio, Tatiana Helena Rech, Cristiane Bauermann Leitao, Andrew M Massutti, Aline Caramori, Augusto B Dalazen, Gabriela Scheidt, Taynara G Pereira