Dados do Trabalho

Título

Perfis de contagem de linfócitos e resposta inflamatória na Covid-19: impacto na mortalidade

Objetivo

Avaliar as características e desfechos de pacientes de acordo com a contagem de linfócitos e a resposta inflamatória conforme nível sérico de proteína-c reativa (PCR) em pacientes admitidos por COVID-19 em unidade de terapia intensiva (UTI).

Métodos

Estudo retrospectivo de coorte, centro único. Foram incluídos 1228 pacientes com infecção confirmada por SARS-CoV-2 na admissão em UTI entre março de 2020 e novembro de 2021. Foram analisados dados da admissão em UTI e classificados 4 perfis: Perfil 1A (n=197) - contagem de linfócitos >600/mm³ e PCR < 7 mg/dL, Perfil 1B (n=734) - contagem de linfócitos > 600/mm³ e PCR > 7mg/dL, Perfil 2A (n=39) - contagem de linfócitos < 600/mm³ e PCR < 7mg/dL, Perfil 2B (n=258) - contagem de linfócitos < 600/mm³ e PCR > 7mg/dL. A análise estatística foi realizada por teste de Kruskal-Wallis para variáveis contínuas; Qui-Quadrado para variáveis categóricas e Regressão Logística Binária.

Resultados

Os perfis com linfocitopenia apresentaram mais disfunções orgânicas, maior tempo de internação (hospitalar e em UTI), necessidade e tempo de ventilação mecânica quando comparados com os perfis não linfocitopênicos. As taxas de mortalidade foram de 53% (Perfil 2A), 53,2% (Perfil 2B), 20% (Perfil 1A) e 36% (Perfil 1B). A razão de chances para desfecho óbito, tendo o perfil 1A como referência, foi progressivamente maior nos perfis 1B, 2B e 2A (OR 5,29; p<0,05).

Conclusão

A identificação do perfil imune do paciente na sua admissão na UTI pode contribuir na avaliação da resposta esperada frente à infecção por COVID-19 e no desfecho óbito.