Dados do Trabalho
Título
Efeitos de longo prazo da visita flexibilizada na UTI na saúde mental de familiares: resultados de 12 meses de um ensaio clínico randomizado
Objetivo
Avaliar os efeitos de longo prazo de um modelo de visita flexível na saúde mental de familiares de pacientes internados em UTI.
Métodos
Trata-se de uma análise secundária de um ensaio clínico randomizado em cluster cruzado que avaliou um modelo de visita flexibilizada (12 horas por dia) comparado com um modelo de visita restritiva (mediana de 1.5 horas) em 36 UTIs brasileiras. Familiares foram avaliados 12 meses após inclusão no estudo para os seguintes desfechos: sintomas de ansiedade e depressão aferidos pela escala hospitalar de sintomas de ansiedade e depressão e sintomas de estresse pós-traumático aferidos pela escala de impacto de evento-6. As comparações foram ajustadas por idade, sexo, histórico prévio de ansiedade ou depressão, morte do paciente e efeito de cluster.
Resultados
Foram analisados 519 familiares (71.1% do sexo feminino, média de idade 46.7 anos), sendo 288 (55.5%) alocados para visita flexível e 231 (44.5%) para visita restritiva. Em comparação com familiares do grupo visita restritiva, familiares do grupo visita flexível apresentaram uma prevalência de sintomas de estresse pós-traumático significativamente menor (21.0% vs. 30.5%; RP, 0.70; IC95%, 0.54-0.92; p=0.01). A prevalência de sintomas de ansiedade (28.9% vs. 33.2%; RP 0.92; IC95%, 0.71-1.19; p= 0.540) e de depressão (19.2% vs. 25.0%; RP, 0.79; IC95%, 0.61-1.04; p= 0.059) não diferiu significativamente entre os grupos.
Conclusão
Em comparação a um modelo restritivo, um modelo flexível de visita na UTI se associou a menor prevalência de sintomas de estresse pós-traumático em 1 ano em familiares de pacientes criticamente enfermos.
Área
Terminalidade, Humanização
Autores
Jennifer Menna Barreto de Souza, Gabriela Soares Rech, Denise de Souza, Rosa da Rosa Minho dos Santos, Aline Paula Miozzo, Gabriel Pozza Estivalete, Cassiano Teixeira, Regis Goulart Rosa