Dados do Trabalho

Título

Fibrilação atrial no pós operatório de cirurgia de revascularização miocárdica: fatores pré-operatórios associados a maior incidência da complicação. Análise de 421

Objetivo

Avaliar fatores pré-operatórios e sua possível associação com aumento de incidência de fibrilação atrial (FA) no pós-operatório de revascularização miocárdica (PO-RM).

Métodos

421 pacientes consecutivamente admitidos em PO-RM entre 2017 e 2023. Variáveis independentes coletadas: sexo, idade, estado nutricional, tabagismo ativo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabete melito (DM), uso de insulina, IAM prévio, AVE prévio, doença arterial periférica (DAP), uso de beta bloqueador prévio (BBP), Euroscore, Euroscore II. Variável dependente: FA.

Resultados

100 pacientes com FA (23,8%).
Análise bivariada não mostrou diferença significativa entre os sexos, estado nutricional, tabagismo, DM, IAM prévio, AVE prévio, BBP, Euroscore II. A mediana de idade foi 65 anos sendo a FA incidente em 16,2% dos pacientes até 65 e 30,9% nos acima (p<0,001). Pacientes sem HAS cursaram com FA em 11,1% contra 28,1% nos hipertensos (p<0,001). Uso de insulina prévia diferiu, grupo que não usava contra o que usava apresentaram FA em 22,4 e 37,5% respectivamente (p=0,032). Os sem DAP tiveram FA em 20,2% contra 40,5% nos com (p<0,001). No grupo com Euroscore menor que a mediana (2,2% de mortalidade predita), FA incidiu em 14,5% contra 33,3% nos acima da mediana.
Submetida à análise multivariada, HAS (p=0,001), DAP (0,044) e Euroscore (p=0,022) mantiveram diferença significativa.

Conclusão

HAS, DAP e Euroscore mais elevado foram associados neste estudo à maior incidência de FA no PO-RM. Estes achados diferem da literatura que aponta relevância mais importante da idade e do sexo masculino como fatores relacionados à complicação. Há ainda lacuna de conhecimento sobre fatores predisponentes à FA no PO-RM.