Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Imigrante com cardiopatia congênita grave e identificação tardia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Descrição do caso

No ano de 2022, foram recebidos 50.355 imigrantes legais no Brasil. Fato que pressiona o Sistema Único de Saúde(SUS) a reconhecer e adaptar-se a um novo perfil de pacientes. Paciente masculino, 26 anos, proveniente da Venezuela, no Brasil há 8 meses, atendido no pronto socorro, com episódio de dispneia há 1 dia. Ao exame físico, apresentava taquipneia e saturação de oxigênio de 70%, além de baqueteamento digital. Foi submetido a intubação orotraqueal, colocado em suporte ventilatório e transferido para UTI. Gasometria arterial pós intubação: pH:7,22, pCO2:54 pO2:47 SatO2:74% a FiO2 de 100%. Diagnosticado com pneumonia, não apresentou melhora da oximetria após as medidas iniciais. Realizado ecocardiograma o qual evidenciou ventrículo único com hipertrofia excêntrica, dupla via de entrada e transposição das grandes artérias levo (l-TGA). Devido ser uma doença congênita não tratada e com alterações anatômicas importantes, além da gravidade clínica, conclui-se que o mesmo não teria condições de uma intervenção cirúrgica. Paciente sem melhora clínica após 20 dias de internação, sendo optado por medidas paliativas. O SUS possui um sistema de triagem capaz de identificar várias doenças congênitas e encaminhar para um tratamento precoce. A cardiopatia do paciente imigrante foi diagnosticada somente na fase adulta, aos 26 anos de vida. Lidar com diferentes realidades de assistência à saúde do imigrante é um desafio que nos deparamos como equipe de saúde, mesmo nos cuidados intensivos.

Área

Emergências e Coronariopatias

Autores

JULLYE GAVIOLI, Renan Goulart Finger, Raulério Goulart Papini, Debora Cesaro Rossetto, Hellen Katya Wiebbelling , Karen Rech Pontes, Allan Douglas Santos