Dados do Trabalho

Título

FIRES após Arbovirose por Dengue: um relato de caso

Descrição do caso

Paciente jovem, 33 anos, previamente hígida, admitida na emergencia de um hospital publico do Rio de Janeiro, com quadro febril associado a múltiplas crises convulsivas de difícil controle. Foram realizados diazepam, fenitoína e antipiréticos, sem êxito, com necessidade de intubação orotraqueal e infusão contínua de midazolam. Relato familiar de atendimento prévio em outra unidade de saúde, dois dias antes de quadro de admissão, apresentando febre, mialgia e vômitos, tratado como quadro sugestivo de arbovirose.

Foram realizados exames de sangue, sem evidência de distúrbios eletrolíticos porém com padrão inflamatório elevado, sem leucocitose. Devido o quadro, foi coletado líquido cefalorraquidiano (LCR) com resultado de baixa relevância apresentando apenas leve elevação da proteinorraquia e glicorraquia. A cultura do LCR identificou staphylococcus aureus e foi considerada pela infectologia como contaminada devido a ausência de sua identificação em hemocultura. A despeito do tratamento instituído a paciente manteve crises convulsivas, com necessidade de infusão de tiopental para cessação das crises convulsivas, identificadas por eletroencefalograma, constatado pela neurologia o diagnóstico de Síndrome convulsiva febril epiléptica crônica (FIRES). Durante a internação, a análise do painel viral para arboviroses identificou o vírus DENV2. Foi realizado pulsoterapia com corticoide mas a paciente manteve o quadro neurológico. Em secreção traqueal, após sete dias de admissão, foi identificado bacilo gram negativo e a paciente obteve um desfecho neurológico ruim associado a um quadro infeccioso, demonstrando os desafios da terapêutica de tal enfermidade.