Dados do Trabalho


Título

Ventriculite e seu impacto no desfecho em pacientes com hemorragia subaracnóidea: um estudo observacional prospectivo

Objetivo

O objetivo é de definir a incidência de ventriculite em uma coorte prospectiva e seu impacto na mortalidade e desfecho funcional a longo prazo em pacientes internados por hemorragia subaracnoidea.

Métodos

Incluímos prospectivamente todos os pacientes adultos com hemorragia subaracnóidea com DVE admitidos na UTI do Instituto Estadual do Cérebro e no Hospital Cristo Redentor com HSA de 2015 a 2020. Variáveis clínicas e laboratoriais diárias foram coletadas na admissão e durante a estadia hospitalar. A presença de VAI foi avaliada diariamente, de acordo com critérios do CDC e da IDSA, e variáveis de acompanhamento foram coletadas na alta hospitalar e um ano após a admissão.
O desfecho primário foi status funcional, pelo score de Rankin modificado na alta hospitalar e 12 meses após a admissão.

Resultados

Foram avaliados 666 pacientes. Duzentos e setenta e um pacientes necessitaram de drenos ventriculares externos (40%). A VAI ocorreu em 127 pacientes (47% daqueles com ventriculostomia externa). Quarenta e seis pacientes com VAI (36%) faleceram durante sua permanência no hospital. Um ano após a admissão hospitalar, a mortalidade foi de 42%. Noventa e cinco pacientes com VAI (74%) tiveram resultados desfavoráveis na alta (definidos como Escala de Rankin modificada de 4 a 6). Após um ano, o resultado desfavorável foi de 48%. Na análise univariada e multivariada, a VAI não se associou a aumento na mortalidade nem a resultados desfavoráveis na alta hospitalar.

Conclusão

VAI é uma complicação comum após HSA e não foi associada à mortalidade hospitalar nem ao desfecho funcional em nossa coorte.

Área

Neurointensivismo

Autores

Ricardo Turon, Pedro Kurtz, Bruno Gonçalves, Vanessa Caro, Marco Aurélio Riala, Fernando Augusto Bozza, Carla Rynkowsky, Cássia Righy