Dados do Trabalho

Título

As variáveis do ecocardiograma pré-operatório estão associadas à incidência de fibrilação atrial no pós-operatório de revascularização miocárdica?

Objetivo

Estudar a associação entre variáveis de ecocardiograma pré-operatório (ECO-PRÉ) com incidência de fibrilação atrial (FA) no pós-operatório de revascularização miocárdica (PO-RM).

Métodos

Estudo de coorte retrospectiva longitudinal. 421 Pacientes em PO-RM, dos quais 401 tinham registro no prontuário eletrônico de ECO-PRÉ e foram incluídos. Avaliados quais pacientes cursaram com FA e quais não cursaram no PO-RM (variável independente). Inicialmente comparadas as médias de variáveis dependentes abaixo descriminadas nos com e sem FA (teste T) e depois calculado a razão de chance do evento (FA) ocorrer. Variáveis dependentes: tamanho do AE (AE), volume indexado do AE (VAE), diâmetros diastólico e sistólico do VE (DDVE e DSVE), volumes diastólico e sistólico do VE (VDVE e VSVE), índice de massa do VE (IMVE), espessura relativa do VE (ERVE) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE).

Resultados

O VAE foi maior (31,5 versus 27,4, p=0,001) e o IMVE foi também maior (88,1 versus 80,8, p=0,03) se correlacionaram com FA no PO-RM.
A chance de ocorrer FA em relação às variáveis: AE: OR 2,19 (IC 95% 1,30;3,70)a cada unidade adicional com p<0,01; VAE 1,07 (1,03;1,12)com p< 0,01; DDVE 1,64 (1,07;2,49), p=0,02; IMVE 1,02 (1,01;1,03), p<0,001.

Conclusão

Algumas variáveis do ecocardiograma pré-operatório, nesta amostra, se correlacionaram com maior incidência pós operatória de FA nas cirurgias de revascularização do miocárdio e algumas, em graus variados, se correlacionaram a aumento da razão de chance da complicação. No nosso estudo não encontramos diferença na incidência da complicação relacionada a menores medidas da fração de ejeção do ventrículo esquerdo.