Dados do Trabalho
Título
Síndrome de mloclonias pós-parada cardiorrespiratória: um relato de caso.
Descrição do caso
As mioclonias e convulsões pós-parada cardiorrespiratória (PCR) ocorrem em 30% dos pacientes reanimados com sucesso. Existem casos em que esse fenômeno neurológico é isolado e auto-limitado, podendo também se apresentar de forma duradoura, devendo ser investigado e tratado de forma agressiva. Existem espectros de melhores e piores prognósticos nas mioclonias pós-PCR passando pelo estado de mal-epiléptico até Síndrome de Lance-Adams, sendo difícil a diferenciação no primeiro momento, demandando a necessidade de exames complementares como eletroencefalograma (EEG) e tomografia computadorizada de crânio. Quanto ao tratamento, existe uma quantidade limitada de relatos de casos disponíveis na literatura, não havendo uma terapia bem definida. Assim, descrevemos uma paciente de 66 anos admitida em uma Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas após ser submetida a cirurgia extensa por câncer de base de língua. Durante o internamento, a paciente evoluiu com PCR de 6 minutos por hipóxia, reanimada com sucesso e evoluindo com mioclonias generalizadas após 3 horas, sendo introduzida fenitoína e analgossedação com Midazolam e Fentanil, com melhora parcial do quadro. Realizamos EEG que evidenciou desorganização grave da atividade de base com alterações sugestivas de Síndrome de Mioclonias pós-PCR. Suspendemos a analgossedação sendo trasicionada a terapia medicamentosa com Ácido Valpróico, Levetiracetam e Clonazepam para controle de sintomas, com boa resposta terapêutica, porém a paciente se manteve com rebaixamento do sensório (Glasgow 3) durante 14 dias, evoluindo com pneumonia associada a ventilação mecânica, sepse, choque séptico e óbito da paciente.
Área
Neurointensivismo
Autores
Caio Pinto Teixeira Araujo, Pedro Teixeira Meireles, Danilo da Silva Stamponi, Antonio Eiras Falcão