Dados do Trabalho

Título

FIBRILAÇÃO ATRIAL CRÔNICA IMPLICA EM MAIOR MORBI-MORTALIDADE NO CTI?

Objetivo

Avaliar possíveis diferenças epidemiológicas e de morbi-mortalidade entre pacientes portadores ou não de FAC internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital universitário federal no município do Rio de Janeiro.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes internados no CTI HUGG de março/2022 a junho/2023. Utilizou-se o Teste do Qui-quadrado de Pearson para comparação de variáveis categóricas e o Teste de Mann-Whitney para as numéricas entre os grupos (G.I = não-portadores de FAC e G.II = portadores de FAC).

Resultados

Nossa amostra foi composta por 380 pacientes, sendo 16 portadores de FAC (4,2%). Houve distribuição semelhante nos grupos em relação ao sexo (mulheres = 53,3 x 43,8%). A idade foi significativamente maior no G.II (70,3±14,5 x 60,5±15,3 anos p=0,018). Em relação a comorbidades, observamos que insuficiência cardíaca crônica (ICC) mostrou diferença significativa entre os grupos (6,9 x 56,3% p = 0,00001), assim como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (3,0 x 18,8% p=0,017) e obesidade (5,8 x 25,0% p=0,016). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na ocorrência de sepse, insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória aguda, pneumonia associada a ventilação mecânica, tempo de internação em CTI, SAPS3 e mortalidade (19,5x 12,5% p=0,747). O G.II apresentou maior frequência de delirium durante a internação (6,0 x 31,3% p=0,003).

Conclusão

Observamos no grupo de pacientes com FAC maior frequência de ICC, DPOC e obesidade. Mesmo o grupo de portadores de FAC apresentando maior frequência de delirium, não houve diferença relacionada a morbi-mortalidade entre os grupos.