Dados do Trabalho

Título

Odontologia na UTI após um ano: Pesquisando e registrando incidência dos casos de infecções oportunistas orais no primeiro ano de atuação regular e diária.

Objetivo

Registrar a incidência de infecções orais oportunistas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Santa Catarina e correlacionar com a importância do cirurgião-dentista dentro do escopo da UTI.

Métodos

Estudo retrospectivo observacional. Incluídos pacientes acima de 18 anos, internados em uma UTI privada. Critérios para avaliação: risco de pneumonia associada à ventilação mecânica, idosos, nível de consciência reduzido, risco de endocardite infecciosa, internação prolongada, pré-operatório de cirurgia cardíaca e alterações bucais significativas. Foram observados dados demográficos, índice de saúde bucal e dados de alterações bucais desses pacientes entre setembro de 2022 e agosto de 2023.

Resultados

863 pacientes foram avaliados. Estes foram submetidos a 2821 avaliações. 23% apresentaram alguma infecção oportunista em algum momento da internação. 21% apresentaram a candidíase oral, em específico. Nos pacientes internados por motivo clínico 25% apresentaram alguma infecção oportunista. Nos pacientes cirúrgicos 23%. 59% dos entubados apresentaram alguma infecção oportunista. Dos que foram a óbito 39% apresentaram alguma infecção oportunista. Os que tiveram alta como desfecho 22%.

Conclusão

Dos 863 pacientes assistidos pelo serviço de odontologia em 2821 avaliações odontológicas 23% apresentaram alguma infecção oportunista durante a internação, sendo a candidíase oral a mais prevalente. Observou-se uma maior percentual nos pacientes entubados, que tiveram óbito como desfecho e com internação por um motivo clínico. Estes dados parecem reforçar a importância do cirurgião-dentista como componente da equipe multi-disciplinar na UTI.