Dados do Trabalho

Título

Fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica: avaliação da associação de variáveis laboratoriais no pós-operatório com a co

Objetivo

Estudar a associação de variáveis de laboratório de amostras de sangue coletadas no primeiro (D1) e segundo (D2) dias após a cirurgia com a incidência da fibrilação atrial no pós-operatório (FA-PO).

Métodos

Coorte retrospectiva longitudinal. 421 pacientes incluídos.
Variável independente: FA-PO
Variáveis dependentes coletadas nos D1 e D2: potássio (K), magnésio (Mg), lactato arterial (LA), hemoglobina (Hg), pH arterial (pH) e bicarbonato arterial (BA).

Resultados

Não foi observada diferença com significância estatística entre as variáveis laboratoriais e a ocorrência de FA no D1 de PO_RM (p > 0,05). No D2 entretanto, as seguintes variáveis apresentaram diferença significativa: Potássio sérico [t(355) -3,578; p < 0,01]; Lactato arterial [t(355) -3,443; p = 0,001] e Bicarbonato arterial [t(355) 2,367; p = 0,02].
Nível médio de K foi 4,1 mEq/l nos com FA versus 3,9 nos sem FA; LA 1,4 mmol/l nos sem versos 1,9 nos com FA; BA 24,7 mmol/l sem e 23,8 com FA.

Conclusão

No presente estudo não encontramos diferença entre as dosagens laboratoriais estudadas no D1 de PO-RM e a incidência de FA. Foram encontradas diferenças em algumas das variáveis coletadas no D2: potássio mais alto, lactato mais alto e bicarbonato mais baixo se associaram à maior incidência do desfecho.
Apesar destes achados, não resta esclarecido a relevância clínica destes resultados: as diferenças não parecem clinicamente relevantes e existe a possibilidade que tais diferenças serem consequência de estados clínicos mais graves que possam, estes sim, estar relacionados à maior incidência de FA-PO. Este assunto merece maior aprofundamento e principalmente reflexão.