Dados do Trabalho
Título
Hipertrofia septal como diferencial de dor torácica importante: Relato de caso
Descrição do caso
Introdução: A hipertrofia do septo interventricular pode ser observada em até 10% dos pacientes sem cardiomiopatia hipertrófica, sendo mais prevalente em idosos e hipertensos, podendo ser um marcador precoce de doença cardíaca hipertensiva. Descrição do caso: Feminina, 74 anos, hipertensa, revascularizada há 1 ano por lesão severa no tronco coronária esquerda, foi admitida na emergência, com quadro de angina instável há 7 dias, dor em ombros que irradia para mandíbula e tórax anterior, associado a dispneia aos pequenos esforços. Submetida ao cateterismo, que mostrou anastomoses pérvias e sem novas lesões. Ecocardiograma identificou câmaras cardíacas com dimensões normais, aumento da espessura do septo interventricular (1,3 cm) e fluxo turbulento de saída do VE com gradiente de 100 mmHg. Ressonância magnética confirmou hipertrofia do septo médio-basal e ausência de fibrose miocárdica. No período de internação, apresentou episódio de dor torácica intensa, alteração inespecífica de repolarização ventricular e bloqueio divisional ântero-superior. Observou competição de fluxo importante da anastomose da artéria mamária interna esquerda com descendente anterior, que possivelmente associada à hipertrofia septal de obstrução de saída seja a etiologia da dor torácica. Optado por alcoolização septal eletiva e acompanhamento ambulatorial. Conclusões: A terapia com bloqueadores beta-adrenérgicos e bloqueadores dos canais de cálcio apresenta a principal estratégia de tratamento. Quando a dispneia importante, dor torácica e síncope se mostrarem refratárias e houver obstrução persistente, a miectomia ou ablação septal são eficazes. Assim, a hipertrofia septal importante associada a competição de fluxo após revascularização mostraram ser a origem da dor torácica no caso acima.
Área
Emergências e Coronariopatias
Autores
Ana Carolina Caldara Barreto, Daniel José Silva Filho, Gabrielle Cristina Raimundo, Kamila Silva Peruzini, Fernando Graça Aranha