Dados do Trabalho


Título

Mudanças eletroencefalográficas em pacientes sépticos: um estudo prospectivo

Objetivo

Avaliar os resultados dos eletroencefalogramas (EEG) em pacientes sépticos.

Métodos

Estudo observacional, prospectivo, de coorte realizado em hospital privado terciário em São Luís - Maranhão, entre novembro de 2021 a abril de 2022. Inclusos pacientes maiores de 18 anos e diagnóstico de sepse ou choque séptico conforme o Sepsis-3. Foram excluídos pacientes com alterações estruturais do sistema nervoso central e epilepsia prévia.
Trinta e sete pacientes foram incluídos e submetidos a um exame neurológico primário com monitoramento do EEG nas primeiras 24 horas. Os achados de interesse foram: a) "encefalopatia leve a moderada" (lentificação com reatividade/variabilidade) vs. "encefalopatia grave" (lentificação sem reatividade/variabilidade); b) supressão do EEG; c) atividade epileptiforme.

Resultados

A idade média dos pacientes foi de 76 anos, maioria do sexo masculino (62,2%), pontuação média de Escore SOFA (Sepsis-related Organ Failure Assessment) de 3,7 e pontuação média de Karnofsky de 57. Durante a realização do exame de EEG, 10 pacientes possuíam diagnóstico clínico de coma. A mortalidade foi de 8%. Evidenciou-se lentificação da atividade de base em todos os pacientes, mas uma baixa taxa de atividade de convulsão e encefalopatia grave, porém dois evidenciaram convulsão eletrofisiológica. Não houve relação entre atividade de base de baixa amplitude e mortalidade (p=0,72).

Conclusão

O monitoramento do EEG pode auxiliar no acompanhamento da encefalopatia na sepse, detectando convulsões ou estado de mal epiléptico para tratamento precoce. É necessário mais evidências para apoiar o uso rotineiro de EEG.

Área

Neurointensivismo

Autores

BARBARA LIMA RIBEIRO, HIAGO SOUSA BASTOS, MARIA EDUARDA KOSER, HUGO LEONARDO DE JESUS GAMA, LUIS EDUARDO FRANCA TUPINAMBA JUNIOR, JOSE RAIMUNDO ARAUJO DE AZEVEDO