Dados do Trabalho


Título

Uso de antibióticos de vigilância e reserva em UTIs brasileiras: um estudo da plataforma IMPACTO MR

Objetivo

A resistência antimicrobiana é um agravante na saúde pública, o uso racional de antibióticos é um ponto importante para reduzir essa resistência. Objetivamos avaliar o perfil de uso de antibióticos em UTIs brasileiras.

Métodos

Este é um sub-estudo da plataforma IMPACTO-MR com dados de pacientes adultos de 51 UTIs, coletados entre Setembro/2019 e Fevereiro/2022. Foram descritos percentuais de uso de antimicrobianos e indicação de uso de acordo com a OMS(AWaRe): antibióticos de Acesso(AA), Vigilância(AV) ou Reserva(AR).

Resultados

Foram coletadas informações de 19.873 pacientes, que englobam 20.837 internações no período. Dos antibióticos utilizados (n=46.749), os AR representam 9,3%, AV 72,6% e AA 18,1%. Dentre os AR, as polimixinas (5,3%) foram mais utilizadas. Entre os AV, os carbapenêmicos (15,9%), cefalosporinas de terceira geração (15,4%) e inibidores beta-lactâmicos (14,6%). Na categoria AA, aminoglicosídeos (4,7%), imidazóis e lincosamidas (ambos 3,3%) e inibidores beta-lactâmicos (3%). O uso empírico ocorreu em 87% dos casos (AR 7,9%; AV 74,2%; AA 17,9%) vs guiado por cultura em 13% (AR 18,7%; AV 61,8%; AA 19,5%)(p<0,001). O tempo de uso mediano foi 6,0 dias (p25 3,0 - p75 9,0), sendo os AR mais frequentemente utilizados por um período prolongado >7dias (26,2% dos casos)(p<0,001).

Conclusão

Nessa amostra observamos um elevado uso empírico de antibióticos, especialmente AV. Esse é um fator preocupante, pois implica no surgimento de resistência bacteriana.

Área

Gestão, Qualidade e Segurança

Autores

Tiago Marcon dos Santos, Crepin Aziz Jose Oluwafoumi Agani, Jaqueline Driemeyer C. Horvath, Guilhermo Prates Sesin, Liliane Spencer Bittencourt Brochier, Alexandre Biasi Cavalcanti