Dados do Trabalho


Título

Impacto prognóstico de PCR para CMV em pacientes críticos

Objetivo

Avaliar o impacto prognóstico da detecção de Polymerase Chain Reaction (PCR) para Citomegalovírus (CMV) no sangue de pacientes críticos.

Métodos

Estudo retrospectivo observacional em uma coorte de pacientes críticos internados em UTI de um hospital privado terciário no Rio de Janeiro entre Setembro 2014 a Março 2022. Incluídos adultos com testagem para PCR CMV no sangue durante a internação na UTI. Dados demográficos, escores SAPS III, SOFA e Charlson foram calculados na admissão. Detecção e títulos de CMV (cópias/ml) foram correlacionados com mortalidade, tempos de internação na UTI e hospital, necessidade de suporte multiorgânico, e choque séptico. Regressão logística binária foi realizada para detecção de variáveis independentes associadas a óbito.

Resultados

Foram incluídos 297 pacientes, 186 (63%) homens, e mediana de idade 66 (52-78) anos. PCR CMV foi detectado em 90 (30.3%) pacientes, mediana de 782 (146-5855) cópias/ml. Pacientes com PCR CMV detectado apresentaram escores de gravidade na admissão semelhantes aqueles com PCR CMV negativo, porém tiveram maior tempo de internação no CTI e hospital, maior uso de suporte orgânico e frequência de choque séptico. PCR CMV foi associado a maior mortalidade no CTI (64% vs 30%, p<0.001) e hospitalar (67% vs 40%, p<0.001), e foi independentemente associado a mortalidade no CTI (OR 4.22 [2.01-8.83], p<0.01) e hospitalar (OR 2.39 [1.11-5.14], p<0.025), após regressão logística.

Conclusão

Detecção de PCR CMV no sangue ocorre em cerca de 1/3 dos pacientes críticos, e está associada a maior duração de internação, maior necessidade de suporte orgânico, e independentemente a maior mortalidade no CTI e no hospital.

Área

Infecção no paciente grave

Autores

Larissa Kelmer Haider, Matheus de Almeida Oliveira Costa, Luis Felipe Okida, Juan Carlos Rosso Verdeal, Diamantino Ribeiro Salgado