Dados do Trabalho


Título

Preditores de tempo de permanência na UTI em vitimas de trauma

Objetivo

Identificar características de admissão que justifiquem o tempo de permanência em UTI, em vitimas de trauma.

Métodos

Coorte histórica que analisou dados de 381 pacientes maiores de 18 anos admitidos por trauma em UTIs de Curitiba, entre novembro/2022 e abril/2023. Idade, sexo, presença de comorbidades, mecanismo de trauma, número de seguimentos lesionados, tipo de internamento, pior SOFA dos três primeiros dias, foram analisados como preditores de permanência na UTI por modelo linear generalizado com distribuição log-linear de Poasson, para a amostra total e estratificada por alta ou óbito.

Resultados

A mediana de tempo de internamento foi de 3 dias com intervalo interquartílico de 2 a 7, variando de 1 a 49. Todos os fatores investigados mostraram-se preditores isolados de maior tempo de UTI, mas quando ajustados em modelo múltiplo, menor idade (Expβ: 0,996 [0,996–0,999]), pior SOFA (Expβ: 1,124 [1,112–1,137]), número de seguimentos lesionados (Expβ: 1,102 [1,055–1,151]), necessidade de intervenção cirúrgica (Expβ: 1,172 [1,067–1,288]) e de controle de danos (Expβ: 1,941 [1,660–2,269]), apresentaram-se como preditores independentes. Os que evoluíram a óbito permaneceram mais dias internados (mediana 8 vs. 3, p<0,001). Ao aplicar o mesmo modelo para os que evoluíram a óbito (n=39), apenas a idade perdeu a relação com o desfecho. Já entre os sobreviventes (n=342), foram o número de seguimentos lesionados e a necessidade de intervenção cirúrgica.

Conclusão

Um maior SOFA nas primeiras 72 horas e a necessidade de medidas de controle de danos são fatores de risco para maior tempo de internamento em vítimas de trauma, independentemente do desfecho.

Área

Suporte Perioperatório, Transplante e Trauma

Autores

Daliê Paola Boyko, Guilherme Lene Sassi, Rafaella Stradiotto Bernardelli, Fernanda Baeumle Reese, Cintia Cristina Martins, Luiza Lange Albino, Mirella Cristine Oliveira, Álvaro Réa-Neto