Dados do Trabalho


Título

HIV NO CTI: O PROGNÓSTICO É REALMENTE PIOR?

Objetivo

Descrever o perfil epidemiológico e a morbi-mortalidade de pessoas que vivem com HIV (PVHIV) internados em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) e comparar estes dados com os de uma população do mesmo local e mesma época, não portadoras do vírus HIV.

Métodos

Estudo prospectivo, quantitativo, analítico, com pacientes consecutivamente internados no CTI do HUGG de março/22 a junho/23. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher na comparação de variáveis categóricas e o Teste de qui-quadrado de Person para comparação de variáveis numéricas entre os grupos (G.I = PVHIV e G.II = não-hiv).

Resultados

Analisamos 380 pacientes (41,1% homens), sendo 18 PVHIV (44,4% de mulheres). No G.I 44,4% são idosos, no G.II 63,8%(p=0,081). Não houve diferença em relação a prevalência de comorbidades como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia, insuficiência cardíaca crônica, obesidade, doença renal crônica e outras. Não observamos diferença estatisticamente significativa em relação a ocorrência de complicações como delirium, necessidade de ventilação mecânica invasiva, sepse ou choque. O G.I apresentou maior frequência de insuficiência renal aguda (22,2 x 6,9% p=0,04) e maiores valores no escore SAPS3 (79,3±21,6 x 59,3±16,3 p=0,001). Não houve diferença em relação ao tempo de internação em CTI (9,8±8,3 x 7,9±14,3 dias p=0,386) e mortalidade (38,9 x 18,2% p=0,058).

Conclusão

Embora tenham apresentado maiores valores no escore SAPS3 e maior frequência de insuficiência renal aguda, pacientes HIV não mostraram diferença significativa no tempo de internação em CTI e na mortalidade quando comparados aos pacientes não-HIV.

Área

Epidemiologia

Autores

Aureo Carmo Filho, Alessandro Rocha MIlan de Souza, Carlos Roberto Nogueira Moraes Cardoso, Rogerio Gomes Fleury, Catia Fonseda do Nascimento Pereira, Marina Andrade Matos, Ingrid Caroline Rosa Diogo, Luana Salles Costa Jorge