Dados do Trabalho

Título

Preditores de tempo de internamento em pacientes não traumatizados

Objetivo

Identificar características de admissão em UTI explicativas do tempo de internamento de pacientes não traumatizados.

Métodos

Coorte histórica que de inclusão consecutiva de >18 anos internamentos em UTIs de 8 hospitais de Curitiba/PR entre novembro/2022 e abril/2023 por causa não traumática. Idade, número de comorbidades, internamento SUS, tipo de internamento, pior SOFA dos três primeiros dias e ausência de limitação de suporte terapêutico (LST) na admissão foram avaliados como preditores de tempo de internamento (dias) por modelo linear generalizado com distribuição log-linear de Poisson, para a amostra total e estratificada por alta ou óbito.

Resultados

A mediana de tempo de UTI dos 3227 incluídos foi de 3 dias com intervalo interquartílico de 2 a 5, variando de 1 a 95. Foram preditores independentes de maior tempo de internamento: presença de ≥3 comorbidades (expB 1,070 [1,007-1,137]; p=0,028), maior valor de SOFA nos três primeiros dias de internamento (expB 1,073 [1,069-1,077]; p<0,001), ausência de LST ao internar (expB 1,233 [1,146-1,327]; p<0,001), internamento clínico (expB 1,581 [1,510-1,655]; p<0,001) ou cirúrgico de emergência (expB 1,489 [1,401-1,582]; p<0,001) quando comparados a cirúrgico eletivo, bem como internar pelo SUS (expB 1,202 [1,202-1,291]; p<0,001), sem associação com idade. Quando ajustado para os sobreviventes (n=2839), a presença de ≥3 comorbidades e a ausência de LST perderam associação com o desfecho. Dentre os óbitos (n=388), internamento não-SUS mostrou-se fator de risco para internamento prolongado, inversamente ao modelo global.

Conclusão

O motivo de admissão e as disfunções orgânicas nos três primeiros dias UTI são preditores de maior tempo de internamento, independentemente do desfecho.