Dados do Trabalho

Título

Fatores de risco para mortalidade em pacientes críticos crônicos

Objetivo

Identificar fatores de risco para mortalidade em pacientes com tempo de internamento ≥14 dias.

Métodos

Coorte histórica avaliando 3920 internamentos em 8 UTIs de Curitiba, entre novembro/2022 e abril/2023, dos quais foram excluídos: menores de 18 anos, ainda internados na data de extração dos dados, advindos ou transferidos para UTIs de outros hospitais, internamento duplicados e/ou com dados faltantes e que permaneceram por menos de 14 dias. Nos 177 incluídos, idade, número de comorbidades, tipo de internamento, mediana do SOFA, uso de ventilação mecânica, hemodiálise, realização de traqueostomia, infecção bacteriana e presença de complicações durante o internamento foram analisadas como fatores de risco para mortalidade por meio de regressão logística múltipla com stepwise.

Resultados

Foram a óbito 36,2% dos pacientes. Em análise univariada, mostraram-se preditores de mortalidade: maior idade, maior mediana de SOFA do internamento, maior número de comorbidades, uso de ventilação mecânica e hemodiálise, assim como a ocorrência de infecção bacteriana (de germe multirresistente ou não). O sexo, o tipo (clínico, cirúrgico emergencial ou eletivo), bem como realização de traqueostomia não estiveram associados a mortalidade. Quando ajustadas umas pelas outras, mantiveram-se como preditoras de mortalidade: maior idade (OR: 1,029 [1,002-1,058] p=0,037), maior mediana de SOFA (OR: 2,494 [1,875-3,318] p<0,01) e infecção bacteriana multirresistente (OR: 4,958 [1,042-23,597] p=0,044) ou sensível (OR: 4,515 [1,028-19,825] p=0,046) - quando comparada a ausência de infecção.

Conclusão

O aumento da idade, sustentar mais disfunções orgânicas e a presença de infecção nosocomial aumentam o risco de morte de pacientes críticos crônicos.