Dados do Trabalho

Título

Fatores associados ao internamento prolongado (≥ 14 dias) em pacientes não traumatizados em Unidades de Terapia Intensiva de Curitiba.

Objetivo

Identificar características de admissão em UTI explicativas do tempo de internamento prolongado (≥ 14 dias) em pacientes não traumatizados.

Métodos

Coorte histórica que de inclusão consecutiva de >18 anos internamentos em UTIs de 8 hospitais de Curitiba/PR entre novembro/2022 e abril/2023 por causa não traumática. Idade, sexo, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica (DRC), neoplasia, motivo e tipo do internamento, SOFA máximo dos três primeiros dias (SOFAmáx) e limitação de suporte terapêutico até 14 dias (LST) foram avaliados como preditores de tempo de internamento por modelo de regressão logística para a amostra total e estratificada por alta ou óbito.

Resultados

Dos 3217 analisados, 4,1% permaneceram ≥14 dias internados. DRC [OR:2,111(1,205-3,700), p<0,001], maior SOFAmáx [OR:1,126(1,077-1,178), p<0,001], presença de LST [OR:3,254(1,993-5,313), p<0,001], internamento clínico [OR:2,234(1,159-4,306), p=0,016] ou cirúrgico de emergência [OR:3,345(1,611-6,946), p=0,001] quando comparados a cirúrgico eletivo mostraram-se preditores de internamento prolongado. Já a idade [OR:0,982(0,971-0,993), p=0,001] e o internamento por motivo cardiovascular mostrou-se protetor para tempo de UTI ≥14 dias, quando comparado à sepse [OR:0,471(0,256-0,866), p=0,015]. Dente os sobreviventes (n=2836), 2,6% apresentaram internamento ≥14 dias. Neste, internamento cirúrgico emergencial e clínico, SOFAmáx e admissão por causa neurológica mantiveram-se como fatores de risco e idade como protetor. Já entre os óbitos (n=381) 14,9% permaneceram ≥14 dias, sendo que presença de LST e de DRC, menor idade e SOFAmáx aumentam a chance de permanência ≥14 dias.

Conclusão

A presença de DRC, disfunção orgânica, ausência de LST e tipo de internamento na admissão são preditores de tempo de internamento prolongado em UTI.