Dados do Trabalho

Título

Preditores de tempo de permanência na UTI de pacientes cardiocríticos

Objetivo

Identificar características de admissão explicativas do tempo de permanência em UTI em pacientes cardiocríticos.

Métodos

Coorte histórica de inclusão consecutiva de >18 anos internados por motivo cardiológico em UTIs 8 hospitais de Curitiba/PR entre novembro/2022 e abril/2023. Idade, sexo, comorbidades (diabetes, insuficiência cardíaca (IC), DPOC e doença renal crônica (DRC)), motivo de internamento, ter >2 motivos cardiovasculares e o SOFA máximo dos três primeiros dias (SOFAmáx) foram avaliados como preditores de tempo de internamento (dias) por modelo linear generalizado com distribuição log-linear de Poisson, para a amostra total e estratificada por alta ou óbito.

Resultados

Dentre os 882 analisados, os principais motivos de internamento foram, respectivamente: Síndrome Coronariana Aguda (SCA), arritmias, pós-operatório (PO) de cirurgia cardíaca com tórax aberto, PO endovascular, IC descompensada, crise hipertensiva e outros diagnósticos cardiológicos. Destes, 16,1% apresentavam mais de um diagnóstico. A mortalidade foi de 7,4% e a mediana de tempo de internamento de 3 dias, variando de 1 a 95. Foram preditores independentes de maior tempo de internamento: maior idade (Expβ:1,008[1,005-1,010]); SOFAmáx (Expβ:1,081[1,072–1,090]); presença de DRC (Expβ:1,445[1,300–1,607]); internamento por SCA (Expβ:1,689[1,368–2,087]), arritmia (Expβ:1,828[1,462–2,287]), PO de cirurgia cardíaca (Expβ:1,619[1,295–2,026]), IC descompensada (Expβ:1,975[1,509–2,057]), e outros (Expβ:1,872[1,461–2,398]) quando comparado ao PO endovascular. O mesmo ocorreu no subgrupo de sobreviventes (n=817). Dentre os óbitos (n=65), arritmias, SCA e IC perderam associação com tempo de UTI, enquanto DPOC passou a ter.

Conclusão

Maior idade, presença de DRC, o diagnóstico cardiológico no internamento e disfunções orgânicas nos três primeiros dias mostraram-se associados a maior tempo de UTI.