Dados do Trabalho

Título

Fatores de risco para o reinternamento em leito de Terapia Intensiva em até 7 dias

Objetivo

Identificar características do internamento primário na UTI associadas ao reinternamento em até 7 dias.

Métodos

Coorte histórica de inclusão consecutiva de maiores de 18 anos que tiveram alta de UTIs de 8 hospitais de Curitiba/PR entre dezembro/2022 e maio/2023. Foram avaliados como preditores independentes de reinternamento em até 7 dias, por modelo de regressão logística múltipla, os seguintes fatores não multicolineares: idade; sexo; número de comorbidades; internamento clínico e cirúrgico emergencial comparado ao cirúrgico eletivo; APACHE II das primeiras 24h sem idade; uso de terapia substitutiva renal; ventilação mecânica; infecção nosocomial; tempo de permanência na UTI; SOFA da alta; ausência de limitação de suporte terapêutico; e dependência para atividades elaboradas, básicas e total na alta quando comparado a autonomia.

Resultados

Dos 4224 pacientes analisados, 269 (6,4%) reinternaram na UTI em até 7 dias. Foram preditores independentes de reinternamento: ter duas (OR:2,54 [1,39-4,66],p=0,002), três (OR:3,17 [1,73-5,81], p=0,000), quatro ou mais comorbidades (OR:5,30 [2,90-9,69], p= 0,000); presença das características no internamento primário - uso de ventilação mecânica (OR:1,68 [1,17-2,42], p=0,005), infecção nosocomial (OR:1,60 [1,15-2,24], p=0,005), maior escore SOFA das últimas 24h do internamento (OR:1,09 [1,00-1,19], p=0,04), apresentar total dependência funcional (OR:1,92 [1,19-3,10], p=0,008) ou em atividades básicas durante internamento (OR:1,64 [1,14-2,37], p=0,008) e ausência de limitação de suporte terapêutico (OR:6,06 [1,41-25,94], p=0,015) na alta. Já as características de admissão: APACHE II, sexo, idade e tipo de internamento não influenciaram o reinternamento.

Conclusão

As características do paciente no momento da alta são capazes de predizer, de forma independente, o reinternamento em UTI em até 7 dias.