Dados do Trabalho


Título

Diagnóstico e tratamento da sepse e choque séptico em crianças: uma pesquisa entre pediatras brasileiros

Objetivo

Avaliar como é feito o diagnóstico e o tratamento iniciais da sepse e do choque séptico em crianças e identificar barreiras que possam levar a atrasos no diagnóstico e tratamento.

Métodos

Estudo prospectivo, observacional, descritivo baseado em questionário eletrônico com questões relativas ao diagnóstico e tratamento da sepse e do choque séptico.

Resultados

Foram analisadas 355 respostas. A maioria dos participantes informou conhecer as definições de sepse e choque séptico. Na prática clínica, os critérios mais frequentemente utilizados para o diagnóstico de sepse foram taquicardia inapropriada (92%), alteração da temperatura (88,2%), presença de foco infeccioso suspeito ou confirmado (87,9%) e taquipneia inapropriada (82,8%). Para o diagnóstico de choque séptico a alteração do tempo de enchimento capilar (87,1%), hipotensão arterial (84,8%), alteração do nível de consciência (82,2%) e oligúria (72,8%) foram os critérios mais citados. Em relação ao tratamento na 1ª hora, 55,6% relataram ter possibilidade de acesso venoso ou intraósseo em até 5 minutos; 70,2% afirmaram ter recursos para a coleta de culturas; 59,3% relataram ser possível administrar o antibiótico na primeira hora. O percentual médio de reconhecimento de casos clínicos de SIRS, infecção não complicada, sepse, sepse grave e choque séptico foi de 52,6%, 80,5%, 30%, 31,3% e 77%, respectivamente.

Conclusão

O diagnóstico e tratamento de sepse e choque séptico em crianças ainda é deficiente. As barreiras podem estar relacionadas ao conhecimento e características da sepse, ao comportamento (“gap” entre evidência e prática clínica, falta de consciência) e à estrutura e processos para atendimento de crianças sépticas.

Área

Pediatria

Autores

Daniela Carla de Souza, José Colleti Júnior, Orlei Ribeiro de Araújo, Andrea Maria Cordeiro Ventura