Dados do Trabalho

Título

O desafio do diagnóstico da Síndrome Neuroléptica Maligna em Unidade de Terapia Intensiva pediátrica: um relato de caso

Descrição do caso

A síndrome Neuroléptica Maligna é uma emergência neurológica rara e potencialmente fatal caracterizada por febre, alteração mental e rigidez muscular. O presente relato apresenta o desenvolvimento da síndrome em um paciente masculino de 13 anos com paralisia cerebral hipôxico-isquêmica. O paciente foi admitido em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIp) por insuficiência respiratória com necessidade de ventilação mecânica invasiva. No 32º dia de hospitalização, evoluiu com pneumonia nosocomial e, uma semana após, já em redução da sedação, apresentou agitação, bruxismo intenso e rigidez muscular durante a noite. Além da metadona e lorazepam que estava em uso, foi iniciado clorpromazina de 8/8 horas. Apesar disso, a condição clínica deteriorou mais com picos febris até 39,4ºC, sendo acrescido a quetiapina. Porém continuou com episódios sudoréicos e crises de distonia (CPK de 202 para 450), ao qual foi aumentado a dose de quetiapina. Nova triagem infecciosa, incluindo líquor, foi realizada com resultado negativo. Também foi decidido por suspender a clorpromazina e não realizar bolus de haloperidol. Devido a suspeita da síndrome neuroléptica maligna, o dantrolene foi administrado em infusão contínua por 48 horas. No segundo dia da infusão, paciente evoluiu com melhora da febre bruscamente e da agitação psicomotora. Esse caso, portanto, mostra a importância do diagnóstico diferencial com a síndrome nos pacientes pediátricos com hipertermia de difícil controle, alteração do status mental e rigidez muscular se em uso principalmente de antipsicótico uma vez que é uma emergência que depende da intervenção e do tempo para definir o desfecho do paciente.