Dados do Trabalho


Título

Insuficiência cardíaca direita aguda por cardiopatia carcinóide em paciente com tumor neuroendócrino de intestino: Relato de caso

Descrição do caso

A incidência de tumores carcinóides é de 1,2 a 2,1 casos em cada 100.000 indivíduos, sendo que 50% dos casos desenvolvem cardiopatia carcinóide que é a principal causa de morbimortalidade. Paciente JCFF, 68 anos, previamente tireoidectomizado, diabético, doença renal crônica não dialítica e em tratamento de tumor neuroendócrino de intestino delgado G2 metastático para fígado. Apesar de enterectomia segmentar, 12 embolizações de nódulos hepáticos e uso de Lanreotide, mantém-se com níveis persistentemente altos de cromogranina A sérica:116,3 (VR<100) e 5-HIAA urinária:27,6 mg/24h (VR 2,0 -9,0) e sintomas de síndrome carcinóide. Interna em junho/23 com sintomas de insuficiência cardíaca direita descompensada por tromboembolismo pulmonar subsegmentar de lobo inferior direito. Exames admissionais: Cr:2, Dímero D:2532, BNP:2000, TGO:47, TGP:50, GGT:420, FA:741. Evolui com piora neurológica, respiratória, renal, hepática, hemodinâmica e cardiológica com necessidade de dobutamina até 5 mcg/kg/min. Ecocardiograma transtorácico: FE 60%; AD e VD dilatados; valvas tricúspide e pulmonar espessadas, mobilidade reduzida, refluxo importante/moderado, lesões essas compatíveis com cardiopatia carcinóide. Contra-indicado cirurgia de valvopatia pela gravidade clínica. Evolui a óbito após 16 dias de internação em cuidados de fim de vida. Na cardiopatia carcinóide o único tratamento potencialmente curativo é a troca valvar. O diagnóstico precoce e diferencial da etiologia da insuficiência cardíaca direita são fatores determinantes da sobrevida e da terapêutica a ser instituída.

Área

Choque e Monitorização Hemodinâmica

Autores

Laura Inez Oliveira Santos, Andréa Remígio Oliveira Leite, Maria Cristina França Oliveira, Pedro Caruso