Dados do Trabalho

Título

O impacto da PEEP na hemodinâmica, mecânica respiratória e oxigenação de crianças com síndrome do desconforto respiratório agudo

Objetivo

Avaliar o impacto do aumento da pressão expiratória final positiva (PEEP) na hemodinâmica, mecânica respiratória e oxigenação em crianças com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA).

Métodos

Pacientes com SDRA em ventilação mecânica no modo pressão-regulada volume controlado (PRVC), em respiração controlada, foram avaliados para inclusão. A PEEP foi alterada sequencialmente para 5, 12, 10, 8 e novamente para 5 cmH2O. Após 10 minutos em cada nível de PEEP, foram coletadas variáveis hemodinâmicas, ventilatórias e de oxigenação. As variáveis relacionadas ao débito cardíaco foram obtidas por ecocardiografia transtorácica.

Resultados

Foram incluídos 31 pacientes, com idade e peso medianos de 6 meses e 6,3 kg, respectivamente. Os principais motivos de internação foram bronquiolite viral aguda (45%) e pneumonia bacteriana (32%). A maioria dos pacientes apresentavam SDRA leve ou moderada (45% e 42%, respectivamente), com índice de oxigenação mediano de 8,4 (IQR 5,8–12,7). Houve melhora significativa da saturação de O2 com aumento da PEEP. No entanto, o índice cardíaco foi significativamente menor no PEEP de 12 cmH2O (p=0,001), ocorrendo redução no volume sistólico >10% em quatorze participantes (45%). Não houve mudança significativa na pressão arterial. Porém, houve redução significativa na entrega de oxigênio com PEEP de 12 cmH2O. A complacência estática do sistema respiratório mediana reduziu 25% (IQR 39,7–15,2) com a elevação da PEEP para 12 cmH2O.

Conclusão

Apesar da melhora na saturação arterial de oxigênio, o aumento da PEEP em crianças hemodinamicamente estáveis com SDRA pode causar uma redução significativa no débito cardíaco, na entrega de oxigênio e na complacência do sistema respiratório.