Dados do Trabalho

Título

Racionalização da utilização de agentes sedativos e bloqueadores neuromusculares em UTI de alta complexidade pode impactar no desfecho clínico.

Objetivo

Avaliar estratégia de racionalização da utilização de sedativos e bloqueadores neuromusculares (BNM) em UTI de alta complexidade comparando os respectivos desfechos clínicos com período pré e pós intervenção. Utilizada comparação entre duas proporções com p valor significativo menor que 0,05.

Métodos

Estudo retrospectivo (pré intervenção: Janeiro a Dezembro de 2021) e prospectivo observacional (pós intervenção [racionalização]: Janeiro a Maio 2022) comparando-se os dois períodos descritos em relação a dados demográficos, score de gravidade, tempo de ventilação mecânica e desfecho clínico (tempo de permanência em VM, delirium mortalidade na UTI e hospitalar). Aplicada comparação entre duas proporções e p valor significativo < 0,05.

Resultados

Foram estudados 183 pacientes pré intervenção (64,5% masc) e 74 pacientes pós intervenção (51,3% masc). O SAPS III médio pré e pós intervenção, foi respectivamente: 61,3 e 57,2 (p = 0,62). Houve redução na utilização de BMN, Midazolam e Fentanil em: 85,8%, 46% e 26,2%, respectivamente (p < 0,05). Por outro lado, houve aumento na utilização de Precedex e Propofol respectivamente em 48,5% e 107,8% (p < 0,05). Tempo de VM: 13,7 vs. 12,8 dias (p = 0,78). Incidência de delirium hiperativo: 5,88% e 8,11%, respectivamente (p = 0,78). Houve redução na mortalidade na UTI e hospitalar respectivamente: 21,3% vs. 13,5% (p < 0,05) e 31,1% vs. 24,2% (p < 0,05).

Conclusão

A racionalização da utilização de sedação e BNM em UTI de alta complexidade é factível, mas não resultou em menor incidência de delirium hiperativo. Entretanto, essa estratégia pode ter contribuído para menor mortalidade na UTI e intra-hospitalar.