Dados do Trabalho
Título
Taquicardia ventricular instável em paciente com miocardiopatia não compactada: um relato de caso
Descrição do caso
A miocardiopatia não compactada é uma condição rara que possui uma incidência de diagnóstico estimada em 8-12 casos/1.000.000 indivíduos ao ano e é definida pela invasão de trabéculas miocárdicas para dentro da cavidade ventricular. Clinicamente, pode se apresentar por sintomas típicos de insuficiência cardíaca, eventos tromboembólicos ou quadros de arritmia. A apresentação inicial dessa miocardiopatia por arritmia cardíaca ocorre em apenas cerca de 26% dos casos, sendo a maioria deles representados pela fibrilação atrial e somente 6% por arritmias ventriculares. No presente caso, um paciente de 53 anos previamente diagnosticado com miocardiopatia não compactada foi admitido por um quadro de palpitações, dispneia, sudorese e astenia após esforço físico de leve intensidade. À admissão, apresentou alterações eletrocardiográficas compatíveis com taquicardia ventricular sustentada e evoluiu com instabilidade clínica. Após a cardioversão elétrica, o paciente retornou para ritmo sinusal e foi admitido em unidade de terapia intensiva para vigilância hemodinâmica, período no qual se manteve estável e sem necessidade de drogas vasoativas. Em decorrência do diagnóstico prévio e do quadro de instabilidade aguda, optou-se por realizar o Implante Cardioversor/Desfibrilador (CDI). Durante os exames pré-operatórios, foi identificado aumento das trabeculações apicais em ventrículo esquerdo e comprometimento da função sistólica (Simpson 30%) no ecocardiograma transtorácico, além da ausência de lesões arteriais em cateterismo coronariano. O implante do CDI foi realizado sem intercorrências e, atualmente, o paciente continua em acompanhamento pela equipe de cardiologia do serviço.
Área
Emergências e Coronariopatias
Autores
Ana Carolina Saito, João Pedro Seganfredo Hübner, Andrise Lissa Preuss, Bruna Martins Dzivielevski da Camara, Manuella Filgueiras Figueiredo