Dados do Trabalho


Título

Ultrassonografia Doppler da veia hepática: Um método não-invasivo para estimar da pressão venosa central em crianças

Objetivo

A monitorização da pressão venosa central (PVC) é recomendada em crianças com instabilidade hemodinâmica. Porém, dificuldades técnicas e a natureza invasiva do método podem limitar sua aplicação. O objetivo deste estudo foi avaliar o uso da ultrassonografia point-of-care para estimar a PVC de crianças através da análise das velocidades do fluxo sanguíneo na veia hepática.

Métodos

Este é um estudo prospectivo observacional, realizado na UTIP do HC-UNICAMP. Foram avaliados para inclusão pacientes com ritmo cardíaco sinusal e medidas de PVC disponíveis. Foram registradas velocidades do fluxo sanguíneo na veia hepática (ondas A, V, S, D) pela ultrassonografia Doppler pulsado.

Resultados

Ao todo 38 pacientes foram incluídos, com idade mediana de 9.2 meses (IIQ 2.9–40.2) e peso mediano de 6.7 kg (IIQ 4.8-13.0). A PVC mediana observada foi de 8 cmH2O (IIQ 6-10). Houve correlação significativa entre as velocidades das ondas A, S, V e D e os valores de PVC, com coeficientes de correlação de Spearman (ρ) de 0.44, 0.37, 0.33 e -0.52 (p<0.05 para todos). A maior correlação foi observada com o somatório dos valores absolutos ondas A e D (AD), com ρ = 0.63 (p<0.001). A velocidade AD > 38.5 cm/s apresentou sensibilidade de 100% e especificidade de 94% para prever PVC > 12 cmH2O (ASCROC = 0.98; p<0.001).

Conclusão

Os resultados preliminares deste estudo sugerem que o Doppler pulsado da veia hepática pode ser utilizado como um método potencialmente acurado, seguro e não-invasivo para estimar a PVC de crianças gravemente doentes.

Área

Pediatria

Autores

Nayara Hillebrand Franzon, Lívia da Silva Krzesinski, Isabel de Siqueira Ferraz, Ana Paula Damiano, Marcelo Barciela Brandão, Roberto José Negrão Nogueira, Tiago Henrique de Souza