Dados do Trabalho

Título

Percepções dos profissionais de saúde do Brasil sobre a síndrome pós-cuidados intensivos (PICS)

Objetivo

Esse estudo avalia o conhecimento de profissionais das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Brasil, sobre PICS, bem como a relevância atribuída a síndrome pelos mesmos e por suas instituições.

Métodos

Foi conduzida uma pesquisa entre os profissionais de saúde que atuam em UTIs brasileiras. A participação foi voluntária após aceitação formal. O questionário abordou informações demográficas, profissionais, e percepções de importância dos participantes e das instituições nas quais atuam. Temas relacionados à valorização de desfechos centrados no paciente/família, bem como das possíveis sequelas após o período de internação.

Resultados

De 1527 profissionais de saúde que responderam ao questionário, 61,3% eram mulheres, 51% médicos (as), 50,3% tinham formação/ título em terapia intensiva, e 40% tinham > 5 anos de experiência. As respostas foram das 05 macrorregiões do país, abrangendo todas as categorias profissionais. Destes, 24% nunca ouviram falar sobre PICS, a conscientização foi mais evidente entre aqueles que possuíam formação/ título em terapia intensiva (85,18% vs. 66,62%; p<0,001). Contudo, apenas 26,39% das instituições tinham algum protocolo para PICS. Foi observada uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre as prioridades mencionadas pelos respondentes e as institucionais, tanto em relação aos desfechos focados no paciente/família quanto nas consequências pós-UTI (exemplos, ansiedade, depressão, etc.). Em 60% das situações, a equipe da UTI não participou ativamente da transição do paciente para a enfermaria após a alta.

Conclusão

Os profissionais demonstraram consciência das possíveis sequelas que afetam os sobreviventes pós-UTI. É evidente a escassez de protocolos destinados a minimizar esses impactos nas instituições hospitalares onde desempenham suas funções.