Dados do Trabalho

Título

Manejo de Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus - relato de caso

Descrição do caso

Introdução:
A hantavirose é uma zoonose transmitida pela inalação de partículas virais na urina de roedores. A clínica varia entre formas oligossintomáticas, febre hemorrágica com síndrome renal e síndrome cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH).
O diagnóstico é confirmado através de sorologia ou PCR qualitativo.
A SCPH constitui-se de disfunção cardíaca e edema pulmonar não cardiogênico, com mortalidade elevada.
Em geral, o tratamento constitui-se de suporte, administração de inotrópicos, e restrição hídrica.

Relato de caso:
Paciente feminina, 25 anos, sem comorbidades, com mialgia, astenia, febre e dor abdominal. Uma semana antes, limpou uma casa abandonada.
Evoluiu com dispneia, dessaturação, hemoconcentração, plaquetopenia, pressão limítrofe, e má perfusão. Recebeu expansão volêmica, ventilação mecânica não invasiva, evoluindo com necessidade de intubação orotraqueal e encaminhamento ao CTI.
Consideradas hipóteses de arboviroses, hantavirose, HIV, citomegalovirose e sepse abdominal.
Apresentou necessidade de droga vasoativa. Em ultrassonografia, observava-se veia cava túrgida e disfunção cardíaca biventricular importante. Realizada expansão com colóide, e iniciada dobutamina. Teve melhora clínica, desmame completo de aminas, e recuperação de função renal.
Procedeu-se com extubação. Recebeu alta do CTI com 8 dias de internação.
Sobre o diagnóstico etiológico, o resultado de IgM e PCR para hantavirose foram positivos.

Discussão:
Classicamente, o manejo da SCPH é feito através da administração de inotrópicos e da restrição hídrica.
O uso de ferramentas de monitorização hemodinâmica permite melhor manejo do quadro cardiovascular. O uso de colóides pode ser útil, considerando que um aumento da pressão oncótica intravascular pode permitir a otimização do status volêmico sem prejudicar o quadro pulmonar.