Dados do Trabalho


Título

Cetoacidose diabética euglicêmica no pós operatório de paciente em uso de inibidor de SGLT2: Um relato de caso

Descrição do caso

A cetoacidose diabética euglicêmica (CAD-E) é uma condição incomum, representando cerca de 3% das admissões por cetoacidose diabética. Ela pode trazer graves complicações, com potencial ameaçador à vida, principalmente devido ao difícil diagnóstico. Nesse sentido, a compreensão acerca dessa entidade clínica torna-se relevante.
Paciente do sexo feminino, 55 anos, portadora de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), em uso regular de dapagliflozina e metformina, procurou atendimento no segundo dia de pós operatório de histerectomia videolaparoscópica apresentando sintomas de náuseas, êmese e dispneia com início há algumas horas. Relata que a suspensão da dapagliflozina não foi realizada antes da cirurgia. Ao exame físico a paciente exibia taquipneia, taquicardia, e uma pressão arterial sistólica de 95mmHg, além de uma glicemia capilar de 171 mg/dL. As tomografias de abdome e tórax não evidenciaram alterações agudas. A gasometria arterial revelou um pH de 7,02, pCO2 de 9 mmHg e HCO3 não calculado pelo equipamento devido à acentuada alteração no exame. O exame de urina tipo 1 evidenciou presença de corpos cetônicos 3+/4+ e glicosúria 4+/4+. Diante deste quadro, o diagnóstico de cetoacidose diabética euglicêmica foi considerado. O uso de inibidores de SGLT2 (iSGLT2) pode predispor a CAD-E pelo estímulo à liberação de glucagon, excreção urinária de glicose e redução da insulina, estimulando a lipólise e cetogênese. A ocorrência de CAD-E por iSGLT2 na DM2 é rara, no entanto, é crucial salientar a importância de interromper a administração desses medicamentos antes de procedimentos cirúrgicos, visando mitigar esse risco.

Área

Emergências e Coronariopatias

Autores

VINICIUS CRAHIM de Araújo, ALESSANDRA RODRIGUES CECIM, RODRIGO BARCELOS ALVES, MATEUS DOS SANTOS BANDEIRA, ALEXANDRA GONÇALVES DA SILVA, EDMUNDO DE OLIVEIRA TOMMASI