Dados do Trabalho


Título

Tempestade elétrica ventricular após infarto agudo do miocárdio em paciente portador de policitemia vera

Descrição do caso

A maior causa de mortalidade em pacientes com Policitemia Vera (PV) são os eventos trombóticos e 45% destas mortes serão causadas pela doença cardiovascular. Paciente masculino, 44 anos, tabagista e hipertenso. Admitido com dor torácica tipo A, duração de 2 horas e intensidade 10 em 10. Relatou que há 5 dias apresentou episódio de dor precordial semelhante, com menor intensidade. Triagem: pressão arterial 167x118 mmHg, saturação de oxigênio 92%, frequência cardíaca 168 bpm. Eletrocardiograma evidenciou infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento ST em parede inferior. Paciente evoluiu com fibrilação ventricular (FV) e foi submetido a desfibrilação, com sucesso terapêutico. Manteve queixa de dor torácica típica, foi sedado e acoplado a ventilação mecânica invasiva. Evoluiu com 10 novos episódios de FV, sendo desfibrilado em todos os eventos. Cineangiocoronariografia evidenciou obstrução completa de terço médio de artéria coronária direita (A. CD). Realizado balonamento local com fluxo final satisfatório. Após intervenção coronariana percutânea (ICP), manteve-se estável por 24 horas, entretanto recorreu episódios de FV. Há descrição de 15 novos eventos revertidos com desfibrilação. Optado por nova ICP, com diagnóstico de dissecção de A. CD. Realizado implante de 2 stents farmacológicos e tromboaspiração manual pela presença de alta carga trombótica distal ao stent. Foi indicado assistência circulatória externa e implantado balão de contrapulsação intra-aórtica. Após 30 dias de internação em terapia intensiva, paciente apresentou reversão das disfunções orgânicas e recebeu alta da unidade. O diagnóstico prévio de PV foi informado posteriormente, justificando a carga trombótica encontrada.

Área

Emergências e Coronariopatias

Autores

Vitória de Cássia Canato, Ana Claudia Bartels Carvalho, Thiago Corsi Filiponi