Dados do Trabalho

Título

Monitorização neurológica não invasiva em criança com choque cardiogênico: relato de caso

Descrição do caso

Apesar de sua importância clínica, a monitorização neurológica é extremamente limitada no cenário de cuidados intensivos, limitando-se frequentemente a realização de eletroencefalografia e realização de exames de imagem. Relatamos aqui o uso de um método de monitorização não-invasivo da hemodinâmica cerebral utilizado em uma criança vítima de acidente escorpiônico. O paciente feminino, 5 anos, foi admitida na UTIP do HC-UNICAMP com choque cardiogênico e necessidade de drogas vasoativas (DVA). Através do dispositivo Brain4Care posicionado na cabeça do paciente, foi realizada a monitorização da complacência cerebral. O dispositivo fornece 3 ondas associadas a pressão intracraniana. A onda P1 é relacionada à perfusão cerebral, ondas de P2 e P3 representam a propagação e reverberação da onda P1 e estão relacionadas à elastância cerebral. A razão P2/P1 relaciona-se a complacência cerebral. No presente caso, foi identificada uma P2/P1 reduzida, sugerindo um hipofluxo cerebral. No momento desta avaliação o paciente apresentava estabilidade hemodinâmica com pressão arterial e frequência cardíaca dentro de valores normais para a idade. Após titulação da DVA, foi observado o aumento da razão P2/P1, sugerindo uma melhora da perfusão cerebral. O dispositivo Brain4Care permitiu a monitorização neurológica de forma prática e segura, identificando alterações hemodinâmicas cerebrais relacionadas à intervenção terapêutica e evolução clínica. Faltam estudos respaldando o uso deste dispositivo na faixa etária pediátrica. No entanto, as suas vantagens envolvendo praticidade, natureza não-invasiva e custo benefício tornam o Brain4Care um intrumento promisor e valioso para monitorização neurológica na terapia intensiva pediátrica.