Dados do Trabalho

Título

Pneumoencéfalo hipertensivo espontâneo: relato de caso

Descrição do caso

Paciente de 80 anos, sexo feminino, com antecedente de adenocarcinoma gástrico metastático, sem evidência de metástase cerebral. Procura o pronto-atendimento com queixa de cefaleia frontal, em pressão, com irradiação holocraniana, acompanhada de núseas e vômitos há um dia. Nega traumatismo craniano, cirurgias neurológicas prévias, sintomas infecciosos ou déficits motores. Realizada tomografia de crânio (TC) com achado de extenso pneumoencéfalo fronto-parietal bilateral, maior à direita, que determina efeito compressivo sobre o parênquima cerebral. Paciente encaminhada em caráter de urgência para craniotomia bifrontal com drenagem de pneumoencéfalo e correção de lacerações em dura-máter e de fístula liquórica espontânea. Realizada primeira TC crânio de controle, com redução do pneumocrânio frontoparietal bilateral, não mais se evidenciando efeito compressivo sobre o parênquima encefálico adjacente ou aumento dos espaços liquóricos extra-axiais. Único achado foi a presença de hematomas subdurais frontoparietais. Evolui bem no pós-operatório, sem sequelas neurológicas. O diagnóstico final foi pneumoencéfalo hipertensivo espontâneo após afastadas demais causas. Antes da alta hospitalar, realizada nova TC de crânio de controle, mantendo-se hematomas subdurais estáveis. Retorna ao pronto-atendimento uma semana após a alta com alteração aguda de comportamento. Realizada ressonância magnética de crânio e eletroencefalograma, ambos sem alterações significativas. Este quadro de alteração de comportamento foi associado a hiponatremia euvolêmica e hipotireoidismo descompensado, sem correlação com quadro prévio de pneumoencéfalo hipertensivo.