Dados do Trabalho


Título

Relação ureia/creatinina como preditor de lesão renal aguda em pacientes com insuficiência respiratória aguda

Objetivo

Analisar se a variação da relação ureia/creatinina sérica pode predizer lesão renal aguda (LRA) em pacientes internados em UTI.

Métodos

Coorte histórica de maiores de 18 anos admitidos consecutivamente entre março e setembro de 2020 em UTIs de 8 hospitais de Curitiba/PR por IRAG e suspeita de COVID-19, sem doença renal crônica ou disfunção renal na admissão e que permaneceram por mais de 48 horas na UTI. Valores diários da relação ureia/creatinina até 24 horas antes da ocorrência do LRA foram modelados para cada pacientes por regressão linear e o beta resultante foi considerado o valor de variação angular (VA) da relação, representativa da variação diária. A VA foi dicotomizada entre positiva e negativa e analisada em relação à incidência de LRA (AKI-KDIGO 2 ou 3) após 48 horas e em até 30 dias de UTI por modelo de regressão de Cox multivariável.

Resultados

Dos 690 pacientes, 42,6% desenvolveram LRA. A mediana de tempo até a LRA foi de 3 dias. VA negativa da relação ureia/creatinina, quando comparado à positiva, aumenta a probabilidade instantânea de LRA (HR:2,241 [IC95%:1,529-3,285]) mesmo quando ajustada por idade; diagnóstico de COVID-19; score Charlson; APACHE II; falência respiratória; infecção nosocomial; utilização de droga nefrotóxica, VA de sódio, de potássio e de bicarbonato; e média de PAM, de lactato e de PCR até a LRA. Presença de falência respiratória e maiores médias de PCR mostraram-se, também, preditores de LRA.

Conclusão

A diminuição diária da relação ureia/creatinina é um preditor independentes de LRA em pacientes internados por IRAG em UTI.

Área

Epidemiologia

Autores

Lucas Renato Rocha, Douglas de Lima Negrão, Rafaella Stradiotto Bernardelli, Amanda Christina Kozesinski-Nakatani , Lenadro Caramuru Pozzo, Letícia Lopes Ferraz, Mirella Cristine Oliveira, Álvaro Réa-Neto