Dados do Trabalho

Título

Hipertensão intracraniana refrataria por meningococo: Relato de caso

Descrição do caso

Introdução: A meningite meningocócica é uma infecção que pode ocorrer em surtos ou de forma esporádica. Os grupos mais afetados são crianças e jovens. A vacinação é a estratégia mais importante para reduzir a incidência. Escolhemos relatar esse caso de meningite meningocócica que evoluiu com hipertensão intracraniana refrataria, com necessidade de coma barbitúrico e controle de temperatura para redução da hipertensão intracraniana, por ser pouco frequente na terapia intensiva.
Apresentação do caso: Homem, 28 anos, natural da Venezuela, apresentava mal-estar, febre, mialgia há 2 dias, petéquias há 1 dia. Encontrado no domicílio rebaixado, com relato de crise convulsiva no local. Levado ao serviço de emergência. Na entrada apresentava-se febril 38,4ºC, Glasgow 9, com rigidez de nuca, taquicárdico, taquipneico, perfusão periférica lentificada e petéquias pelo corpo. Com hipótese diagnostica de meningite meningocócica foi realizado exames e iniciado ceftriaxona 2g 12/12h, dexametasona, expansão volêmica e hidantalização. Evoluiu com a novas crises convulsivas sendo assim sedado e entubado, encaminhado para unidade de terapia intensiva (UTI). Liquido cefalorraquidiano: líquido turvo, pressão de abertura 75cmH2O e ao final 35cmH2O, 45000 leucócitos, 200 hemácias por mm3, proteína 660mg/dL, glicose 1mg/dL, lactato 122mg/dL. Tomografia de crânio: redução aparente dos sulcos na alta convexidade frontoparietal bilateral. Na UTI evoluiu com hipertensão intracraniana refratária controle, realizado derivação ventrículo-externa, coma barbitúrico e por fim controle de temperatura, com melhora da hipertensão intracraniana. Resultado do painel molecular (meningomol): Neisseria meningitidis positivo. Hemocultura: Neisseria meningitidis sorogrupo C. Seguiu com melhora gradual, extubado e retirado DVE/PIC, e alta da UTI no 14ºdia.