Dados do Trabalho

Título

Avaliação de Eficácia do Protocolo de Insulinoterapia no COVID19

Objetivo

O diabetes e a hiperglicemia induzida por estresse desempenham um papel significativo nos desfechos da COVID-19, aumentando o risco de doença grave e mortalidade. As estratégias preconizadas para o controle da hiperglicemia no COVID19 foram semelhantes àquelas instituídas para outros doentes críticos, no entanto, não houve estudos específicos para determinar se os protocolos vigentes teriam mesmo impacto. Com objetivo de avaliar os parâmetros de eficácia e segurança do protocolo do Hospital Sírio-Libanês, que utiliza a ferramenta InsulinAPP-UTI, comparamos os doentes críticos internados devido a COVID19 (gCOVID19) com aqueles internados por outras complicações clínicas (gCLIN) e os pacientes cirúrgicos (gCIR).

Métodos

Este estudo retrospectivo avaliou pacientes críticos submetidos ao protocolo hospitalar entre novembro de 2019 e abril de 2021.

Resultados

Foram analisados 467 pacientes, 199(42,6%) no gCOVID19, 162(34,7%) no gCLIN e 106(22,7%) no gCIR. No gCOVID19, 41,3% tinham hiperglicemia de estresse, nos demais grupos a prevalência foi menor (gCLIN:28% vs. gCIR:30,7%).
O gCOVID19 permaneceu maior tempo em bomba de insulina: 68,24h vs. gCLIN:44,7h vs. gCIR:35,9h, p<0,001. O tempo para atingir o alvo foi semelhante ao gCLIN (7,68h vs. 7,82h, retrospectivamente, p=0,745) e discretamente maior que no gCIR (6,3h, p=0,004). E o índice de hipoglicemia foi menor no gCOVID19 que no gCLIN (0,69 vs. 0,25/100horas, p=0,008), e similar ao gCIR (0,46/100h, p=0,327).

Conclusão

Apesar do gCOVID ter maior prevalência de hiperglicemia hospitalar e terem permanecido maior tempo em bomba de insulina, os parâmetros do protocolo não foram impactados negativamente, reforçando que, apesar das peculiaridades do COVID-19, o protocolo InsulinAPP-UTI manteve a segurança e eficácia.