Dados do Trabalho


Título

Expansão dos leitos de UTI e sua relação com o número de médicos intensivistas: um olhar para a qualidade assistencial da terapia intensiva no Brasil no período de 2015 a 2023

Objetivo

Analisar indicadores de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e médicos intensivistas (MI) no Brasil por Regiões e Unidades da Federação (UF), no período de 2015 a 2023.

Métodos

Foram obtidos dados no Conselho Nacional de Estabelecimentos de Saúde via dataSUS, na demografia médica do Conselho Federal de Medicina e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram calculadas as proporções: leitos de UTI por 10 mil habitantes e MI por 10 leitos de UTI.

Resultados

O Brasil tem 45.106 leitos de UTI. A relação ideal é de 1 a 3 leitos de UTI por 10 mil habitantes, e o Brasil apresentou a proporção 2,22. Na análise por UFs, todas apresentaram proporções satisfatórias com exceção de Acre, Amapá e Roraima (0,78; 0,97 e 0,99 respectivamente). No entanto, a tendência temporal, demonstrou um aumento dessa relação após a pandemia da COVID-19. O Brasil apresentou proporção satisfatória de MI no período analisado. Os estados do Amapá, Tocantins, Pernambuco, Acre e Pará, têm proporções insatisfatórias (0,56; 0,69; 0,72; 0,94; 0,95 respectivamente). Houve expansão assimétrica do número de leitos (crescimento rápido) e de MI (crescimento lento), mostrando que o aumento do indicador proporção leitos/habitantes vista pós pandemia não refletiu positivamente na proporção especialistas/leitos.

Conclusão

A reduzida proporção de MI, pode comprometer a qualidade da assistência, aumentando a morbimortalidade. Precisamos concentrar esforços para corrigir essas deficiências. Os autores do presente estudo propõem aumento de vagas ofertadas pelo programa de residência médica, assim como o valor da bolsa, incentivando a especialização, suprindo a demanda em médio/longo prazo.

Área

Epidemiologia

Autores

Tamiris Rosa Romer, Marina Rangel Justiniano, Bernardo Alvares de Carvalho Monteiro, José Victor Afonso Coutinho, Celso Dias Coelho